Venda de decisões no STJ: Coaf identifica suspeitas envolvendo autoridade
O inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga um esquema de venda de decisões no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ganhou novos desdobramentos. Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) identificou movimentações financeiras suspeitas relacionadas a uma autoridade com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF). Com informações do Uol.
Diante dessas novas informações, a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal solicitaram que o inquérito seja transferido para tramitação no STF. No entanto, devido às restrições do foro privilegiado, o Coaf não divulgou o nome da autoridade envolvida nem detalhes das transações suspeitas.
A investigação começou após a apreensão do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em Mato Grosso no final do ano passado. Mensagens encontradas no dispositivo revelaram um possível esquema de venda de decisões judiciais envolvendo assessores de ministros do STJ.
Com base nessas informações, o STJ iniciou uma investigação interna para apurar o caso, afastar servidores suspeitos e também solicitou a abertura de um inquérito pela Polícia Federal. O foco está nos assessores de quatro ministros: Isabel Galotti, Nancy Andrighi, Og Fernandes e Paulo Dias Moura, cujos gabinetes teriam sido envolvidos nas suspeitas.
Na segunda-feira (7), os ministros do STJ realizaram uma reunião a portas fechadas para discutir o assunto. A reunião foi marcada por tensão, e alguns ministros chegaram a se emocionar diante da gravidade das acusações.
Com o envolvimento de uma autoridade com foro privilegiado, o caso avançou para uma nova fase. O Coaf enviou informações sobre transações financeiras atípicas envolvendo advogados, lobistas e assessores investigados, mas também detectou suspeitas em relação a uma figura de alta autoridade.
Agora, o inquérito será analisado no STF, que é o tribunal competente para investigar crimes relacionados a ministros do STJ. O caso ficará sob a responsabilidade do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que decidirá os próximos passos da investigação.