Vacina experimental contra o câncer mostra resultados promissores em animais
O imunizante induziu duas respostas distintas e desejáveis do sistema imunológico que levaram a uma regressão significativa do tumor. Os pesquisadores descobriram que a administração intravenosa da vacina aumentou o número de células T citotóxicas capazes de infiltrar e atacar células tumorais e engajou o sistema imunológico inato induzindo o interferon tipo I.
Na prática, a resposta imune inata modificou o microambiente do tumor, neutralizando as forças supressoras que, de outra forma, reprimiriam a ação das células T. Essa modificação tumoral não foi observada em camundongos que receberam a vacina por administração subcutânea (ou seja, na pele).
Por enquanto, a vacina está sendo chamada provisoriamente de “vax-innate”. Os pesquisadores dizem que a vacina candidata também pode ser administrada por via intravenosa a pessoas que já receberam células T específicas do tumor como terapia, e ainda pode melhorar o controle do tumor, aumentando o número de células T.
A ciência tem se concentrado verdadeiramente no desenvolvimento de vacinas que possam virar o jogo no que diz respeito ao câncer. Para se ter uma noção, paralelamente, a empresa alemã de biotecnologia BioNTech planeja entregar os primeiros imunizantes oncológicos antes de 2030.
Câncer de mama
Nos Estados Unidos, pesquisadores desenvolvem uma potencial vacina contra o câncer de mama. Em testes de Fase 1, o imunizante desencadeou a produção de células de defesa, os linfócitos T, que podem combater este tipo de tumor. A fórmula também demostrou ser segura para o uso em humanos, com efeitos colaterais leves.
Publicado na revista científica JAMA Oncology, o estudo que demonstrou a segurança da vacina contra o câncer de mama para humanos foi liderada por pesquisadores da University of Washington Medicine e da Fred Hutchinson Cancer Center.
Independente dos resultados iniciais serem promissores, é preciso lembrar que, no momento, a vacina contra o câncer completou, com sucesso, apenas a primeira fase dos estudos clínicos. Antes de chegar ao mercado, os cientistas terão que verificar os benefícios em mais duas etapas.
Em fase de testes, a vacina experimental contra o câncer de mama é baseada no DNA. Dessa maneira, a fórmula carrega um plasmídeo – moléculas de DNA – com genes que codificam um antígeno imunogênico de interesse para este tipo de tumor. No caso, age contra a proteína HER2, comum a alguns tipos de câncer.