Posição entre Sol e Marte faz a Nasa pausar missões no Planeta Vermelho
A cada dois anos, Terra e Marte ficam em lados opostos do Sol, de modo que não conseguem “ver” um ao outro. O fenômeno é conhecido como conjunção solar e, como várias missões da Nasa (agência espacial norte-americana) se encontram no Planeta Vermelho, será preciso “apertar o pause” por alguns dias.
O Sol expulsa um gás quente ionizado de sua coroa que se estende pelo espaço. Durante o período da conjunção, esse gás pode interferir nos sinais de rádio enviados da Terra aos equipamentos situados no Planeta Marte. “Isso pode corromper comandos e resultar em comportamento inesperado de nossos exploradores do espaço profundo”, anunciou a Nasa em um comunicado oficial divulgado no último dia 28 de setembro.
Daí porque, até o dia 16 de outubro, os engenheiros da agência espacial norte-americana não enviarão novos comandos aos equipamentos no Planeta Vermelho. Nesse ínterim, eles vão trabalhar segundo instruções pré-programadas. “Embora nossas missões em Marte não estejam tão ativas nas próximas semanas, elas ainda nos informarão sobre seu estado de saúde”, disse Roy Gladden, gerente da Mars Relay Network, no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), da Nasa. “Cada missão recebeu um dever de casa para fazer até que tenham notícias nossas novamente”, completou ele.
Entre as máquinas no Planeta Vermelho que terão uma “folga” dos terráqueos estão os robôs Perseverance e Curiosity, o helicóptero Ingenuity, a sonda estacionária InSight e os orbitadores Odyssey, Mars Reconnaissance Orbiter e MAVEN.
Ao final do período estabelecido pela agência, esses instrumentos enviarão os dados coletados para a Deep Space Network da Nasa, um sistema de antenas de rádio massivas baseadas na Terra gerenciado pelo JPL. Segundo a agência espacial norte-americana, os engenheiros vão gastar cerca de uma semana baixando as informações antes de retomar as operações normais. “Se as equipes que monitoram essas missões determinarem que qualquer um dos dados científicos coletados foi corrompido, elas podem retransmitir esses dados”, assegura a organização.