
Mas isso não tira nem um pouco o crédito dado a esses seres. Veja bem, as baratas modernas já existiam durante o “reinado“ dos grandes dinossauros. Aliás, um ancestral comum desses insetos já vivia no supercontinente Pangeia há cerca de 175 milhões de anos. Na verdade, é a capacidade de adaptação das baratas que permite a elas viverem onde outros animais foram expulsos ou até morreram.
Existem baratas lindas
Pode acreditar: algumas espécies de baratas são incríveis, especialmente em termos de cores brilhantes. Além disso, existem aproximadamente 4,5 mil espécies, logo, variações não faltam. A propósito, o país onde é possível observar a maioria delas é na Austrália, onde 500 já foram registradas como nativas de lá.

São muito familiares
O comportamento das baratas também é algo invejável. Existem espécies que são capazes de manter cuidados parentais, o que inclui cuidar dos filhotes até que completem 9 meses.
São fundamentais para o meio ambiente
Antes de matar uma barata é melhor pensar duas vezes se você se preocupa com o meio ambiente. A maioria das espécies está por aí trabalhando duro, ajudando a quebrar e decompor folhas podres, madeira e matéria orgânica, ou seja, trabalham de graça produzindo fertilizantes e colocando nutrientes no solo.
Polyzosteria mitchelli, outra bela espécie de barata australiana. (Fonte: Alchetrin/ Reprodução)
Ah, e isso não é só no mato. Até aquelas espécies consideradas como pragas nos grandes centros urbanos também ajudam na reciclagem de lixo e outros resíduos.
Fomos ensinados a odiá-las, mas não devemos as temer
O desgosto, nojo ou pavor que muitas pessoas desenvolveram pelas baratas não surgiu do nada. Há elementos históricos e psicológicos por trás disso. Seja pela cultura, seja porque pragas e insetos algumas vezes são sinônimos de algo ruim. Por exemplo, podemos citar os egípcios que criaram feitiços ao deus Khnum para banir esses bichinhos; na Roma Antiga, Plínio, o Velho, tratou de descrever o quanto achava as baratas repugnantes.
Pulando para o século XIX, as próprias baratas resolveram participar ativamente da má fama: um punhado de espécies se tornaram responsáveis por pragas em várias partes do mundo.
(Fonte: Sheng Li/ NyTimes/ Reprodução)
Mas, para Brent Karner, ex-curador de Entomologia do Museu de História Natural de Los Angeles, não devemos nos preocupar tanto com as baratas. Afinal, entre as mais de 4 mil espécies catalogadas, apenas 5 realmente são consideradas pragas.
Além disso, o que já aprendemos sobre elas pode ajudar a diminuir a nossa aversão. Ao contrário de pulgas, carrapatos e mosquitos, as baratas não são vetores de doenças tão eficientes, já que não se alimentam diretamente de nosso sangue, fluidos ou de partes de nossa pele. E mesmo sabendo que elas podem transmitir tuberculose, lepra ou poliomielite, os casos recentes envolvem mais intoxicação causada por baratas. Mas ainda assim, é certamente algo menos preocupante que febre-amarela, dengue ou malária.
Talvez, uma das ações mais incríveis que poderíamos aprender com as baratas seria como sobreviver e se movimentar por longos trajetos e por tanto tempo sem partes do corpo e até com os intestinos para fora e sem nenhum tipo de ajuda, é claro.