Mercosul voltou ao centro da estratégia brasileira de inserção no mundo, diz Lula ao assumir a presidência do bloco
O presidente Lula assumiu nesta terça-feira (04) o comando do Mercosul, bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Os países membros se revezam na presidência a cada seis meses.
Ao lado do presidente argentino, Alberto Fernández, Lula elogiou o período em que o líder vizinho esteve à frente do bloco e disse que “Esse é o Mercosul que queremos e que voltou ao centro da estratégia brasileira de inserção no mundo”.
“Quero lhe agradecer pelo empenho de sua equipe à frente do Mercosul durante o semestre que se encerra. A presidência argentina buscou aprofundar convergências e reduzir assimetrias entre os Estados partes. O Brasil assume hoje a presidência pro-tempore com a determinação de levar adiante esses esforços”, afirmou.
Lula reforçou sua campanha pela adoção de uma moeda comum no bloco, que contribuiria para “reduzir custos e facilitar a convergência”. “A adoção de uma moeda comum para realizar operações de compensação entre nossos países contribuirá para reduzir custos e facilitar ainda mais a convergência. Falo de uma moeda de referência específica para o comércio regional, que não eliminará as respectivas moedas nacionais.”
Além da moeda comum, o presidente brasileiro listou ainda sua agenda para o bloco no semestre, como a “aperfeiçoar” a Tarifa Externa Comum. “E evitar que barreiras tarifárias comprometam a fluidez do comércio”, disse.
De acordo com Lula, em 2022, o intercâmbio intra-Mercosul somou US$ 46 bilhões de dólares. “Não é pouco, mas está abaixo do auge registrado em 2011, de US$ 52 bilhões. Estamos aquém do nosso potencial. Nosso comércio se caracteriza pela presença significativa de produtos de maior valor agregado. Esse é um ativo que precisa ser valorizado e ampliado.”
Em seu discurso, Lula destacou dois setores, segundo ele, “excluídos” do livre comércio e com “agenda inacabada”, o automotivo e o açucareiro. Destacou também que a região conta com “expressivas reservas de minerais estratégicos, como lítio e cobalto, que são essenciais para projetos industriais de última geração.”