Jorge Maécio recupera 32 da Consciência Negra
O presidente da Câmara de Vereadores de Eunápolis, Jorge Maécio (PP), comandou, na manhã desta quinta-feira (25/11), uma sessão especial para celebrar o Dia da Consciência Negra no Brasil. Fundamentado no parágrafo 1º do artigo 94 da Lei Orgânica do Município que incluiu o dia 20 de novembro, data da morte do líder Zumbi dos Palmares, no Calendário Oficial do Município como “Dia da Consciência Negra”, esta foi a primeira vez que o Poder Legislativo local comemorou a data.
Em seu discurso de abertura da solenidade, Maécio ressaltou que a Casa desenvolve, em sua gestão, “iniciativas que buscam promover a consciência das diferenças de tratamento por considerações raciais, como a realização de debates e a manutenção de atividades com participação popular de enfrentamento ao racismo”.
“A desigualdade, embora ofensiva à Constituição Federal, é inegável”, disse o presidente, acrescentando que “é preciso, urgentemente, reconhecer e cessar os abusos a que os negros ainda estão sujeitos no Brasil. Para tanto, é fundamental promover a consciência sobre o problema, o que caracteriza a grande oportunidade desta sessão especial”, concluiu.
O vereador Tiago Mota (Republicanos), em discurso lido no plenário, parabenizou a atual legislatura pela iniciativa e falou que estava honrado em ser escolhido para falar em nome dos demais colegas. “É importante que todos saibam o empenho e o compromisso de cada um desses vereadores para que essa sessão acontecesse haja vista que todos entendem a importância dessa luta. A luta contra o preconceito; a luta dos negros em nossa sociedade e especialmente em nosso município por isso que essa data é tão importante no Brasil.”
“Fazer menção ao dia da consciência negra é mínimo que um país excludente deve fazer. Essa reparação histórica necessita de muito mais, mas necessita principalmente que a distribuição de renda seja descentralizada”, completou.
ATRAÇÕES ARTÍSTICAS
O evento teve início com a fala do Diretor Legislativo, Milton Guerreiro que cantou a música “Prosaico Entendimento” de sua autoria, feita sob medida para a ocasião. Também houve recital de poesia interpretado pela jornalista e historiadora Rose Marie Galvão, declamando o “Navio Negreiros”, do poeta baiano Castro Alves, e o professor, pedagogo e vereador Tiago Mota, que interpretou a música “Você Conhece Zumbi”, de Alexandre Pires.
Imprensa, jovens estudantes, praticantes da Capoeira, professores, personalidades e representantes da Cultura Negra de Eunápolis estiveram presentes. Um público bastante representativo, embora obedecendo aos protocolos de não aglomeração, teve a oportunidade de discutir o incentivo e a promoção de políticas públicas de valorização e difusão da cultura afro-brasileira.
SUSTENTAR A HISTÓRIA
O evento terminou com apresentação de uma roda de capoeira apresentada pelos alunos e percussionistas do Grupo Movimento Cultural e Ancestralidade (MCA Capoeira), sob a coordenação do professor Gidiel Almeida (Contra-Mestre Diel), cujo treinamento é feito na Escola Municipal Frei Giuseppe Iacoiello, no Bairro Tiago de Mello II e alunos do Ponto de Cultura Capoeira Raça do Contra-Mestre Wilson Bittencourt, que treinam no espaço da Escola Gabriel José Pereira, no Bairro Centauro.
A aluna Ivoneide Almeida agradeceu o público presente e a iniciativa do presidente da Casa, Jorge Maécio, em abrir as portas da Câmara para sessões de exaltação à cultura afrodescendente. “É preciso celebrar e refletir sobre a história de pessoas donas de um passado imenso e grandioso. Um passado cuja cultura influenciou e continua a influenciar o mundo. Além disso; o dia pede reflexão onde é preciso pensar a respeito da dor vivida pelas pessoas negras ao longo da história do colonialismo aos dias atuais, onde o racismo ainda é, infelizmente, uma constante”.
Ao encerrar a sessão especial, o presidente Jorge Maécio destacou a luta dos movimentos negros pela garantia de espaços que promovem a inserção do negro na sociedade e devolve a cidade a um povo importante na construção do Brasil. “Quero parabenizar a luta e as conquistas de cada militante negro e consciente do seu papel”, salientou o parlamentar.
Zumbi, um dos principais nomes da resistência negra na luta contra a escravidão, foi assassinado em 1965 no Quilombo de Palmares, território ocupado por africanos escravizados, indígenas e brancos pobres, que se rebelaram contra o jugo autoritário dos colonizadores.
As informações são da Ascom/CME
Fotos: Milton Guerreiro Ascom/CME