Japão já disponibiliza exame de sangue para detectar Alzheimer
Em uma declaração, a empresa japonesa Sysmex Corporation disse que pretende lançar o teste de diagnóstico minimamente invasivo no mercado japonês “o mais rápido possível”. Segundo a Sysmex, seu sistema mede em pouco mais de um quarto de hora o nível de acúmulo de proteína beta-amiloide no sangue, um dos principais biomarcadores da doença de Alzheimer.
“Planejamos a introdução antecipada do produto no mercado, enquanto trabalhamos para sua cobertura pelo sistema de saúde nacional japonês”, disse a Sysmex na declaração.
O Japão, com a maior taxa de idosos no mundo, tem cerca de 6 milhões de pessoas com demência, de acordo com o ministério. A demência é uma categoria mais ampla que inclui Alzheimer.
O kit de teste de sangue, codesenvolvido com a Eisai, oferecerá aos médicos no Japão uma ferramenta fácil, barata e minimamente invasiva para examinar as pessoas rapidamente a fim de detectar a doença, que atualmente é feito através de tomografia computadorizada por emissão de pósitrons (PET), ressonância magnética ou punção lombar.
Teste conveniente também ajudará médicos a decidirem quem é qualificado para receber uma nova terapia com o medicamento lecanemab, sendo desenvolvido pela Eisai e Biogen, que pode ser aprovado nos EUA no início do ano que vem.
Métodos
Outros métodos estão disponíveis para diagnosticar a doença de Alzheimer, mas geralmente são caros e invasivos, como imagens do cérebro e a punção lombar para extrair líquido cefalorraquidiano (LCR), visto que é crucial detectar o Alzheimer o mais cedo possível para tentar retardar a progressão da doença.
Outros exames de sangue estão sendo desenvolvidos em outras partes do mundo ou estão aguardando autorização de comercialização. “Ferramentas de diagnóstico simples, baratas, não invasivas e facilmente acessíveis são urgentemente necessárias” para melhorar a detecção precoce do Alzheimer, diz a Associação Alzheimer, sediada nos EUA, em seu website.
No futuro, os exames de sangue “muito provavelmente revolucionarão o processo de diagnóstico do Alzheimer e todas as demências”, de acordo com a organização.
A doença de Alzheimer permanece incurável até hoje, mas em novembro, dados clínicos adicionais confirmaram o potencial de um novo medicamento, o lecanemab, para retardar significativamente o declínio cognitivo dos pacientes tratados durante 18 meses.
Mais de 55 milhões de pessoas no mundo sofrem de demência, um número que deve aumentar para 130 milhões até 2050, conforme aumenta a expectativa de vida, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença de Alzheimer é responsável por 60 a 70% dos casos.