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EDUCAÇÃO INCLUSIVA: BOAS PRÁTICAS DE INCLUSÃO NA ESCOLA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: BOAS PRÁTICAS DE INCLUSÃO NA ESCOLA

Mais de um bilhão de pessoas no mundo vive com algum tipo de deficiência, muitas delas sem acesso a educação inclusiva. Dessas, quase 93 milhões são crianças. No Brasil, em 2017, 877 mil estudantes com algum tipo de deficiência estudavam na Educação Básica. E pesquisas mostram que cerca de dois terços das crianças não matriculadas em idade escolar possuem algum tipo de deficiência.

As sociedades percebem de forma diferente os diversos tipos de deficiência, e os governos ainda são limitados em ações que visam acomodar as necessidades especiais.

As pessoas com deficiência vivem desigualdades no seu dia-a-dia e recebem menos oportunidades de acesso a uma educação de qualidade.

A inclusão social cresce a cada ano. Mas com ela também aumentam os desafios de garantir uma educação de qualidade para todos e um ambiente inclusivo.

A escola inclusiva promove a convivência com as diferenças e isso transforma crianças em cidadãos solidários. Mas para que isso seja possível é necessária a participação da família e dos educadores.

Infelizmente, seja por falta de conhecimento, informação ou por omissão dos pais, educadores e do poder público, muitas crianças ainda vivem escondidas em casa.

Essa situação prejudica a sociedade, privando as crianças com ou sem deficiência de conviverem com a diversidade. As escolas são espaços genuinamente democráticos, que partilham conhecimentos e experiências.

Nesses espaços todas as crianças devem ser respeitadas, devem ser consideradas e devem pertencer ao grupo. Esses espaços colaboram com a formação de adultos tolerantes, solidários e responsáveis pelo outro.

O debate constante, divulgação de experiências bem-sucedidas e a conscientização crescente sobre as leis têm se refletido nas estatísticas educacionais.

Educação inclusiva

A educação inclusiva compreende a educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço para todos. Ela considera que qualquer aluno, com ou sem deficiência, pode apresentar necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar.

Na educação inclusiva as diferenças são vistas e encaradas como diversidades e não como problemas. E é exatamente essa variedade que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades de convivência a todas as crianças.

Ao longo dos últimos anos, as discussões e dúvidas dos professores migraram do direito ao acesso às escolas para como olhar além das deficiências, trabalhando com a diversidade e avançando na aprendizagem para todos.

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, de 2008, trouxe dois preceitos fundamentais para o trabalho educacional: “todos os alunos são capazes de aprender” e “a deficiência não está no indivíduo”.

Essa mudança de perspectiva fez o professor de hoje se concentrar menos no laudo médico dos alunos com deficiência e mais em como reduzir barreiras. Quando o heterogêneo é a norma da escola, o professor consegue encontrar infinitas formas de aprender e de ensinar.

Para que o trabalho seja efetivo para todos, é preciso que haja adaptação do planejamento do trabalho docente, a revisão dos procedimentos de ensino, a valorização das competências dos alunos e a formação continuada.

Como formar redes de apoio à educação inclusiva

Os sistemas de apoio começam na escola, na equipe e na gestão escolar. Promover compartilhamento de relatos e aprendizagens, e discutir estratégias e possibilidades para enfrentar os desafios deve fazer parte do dia-a-dia.

A família também compõe a rede de apoio. Ela é a fonte de informações para o professor sobre as necessidades da criança. É fundamental que seja estabelecida uma relação de confiança e cooperação entre escola e família.

Os profissionais da área da saúde que trabalham com o aluno também compõem a rede. Eles podem acrescentar informações e sugerir alternativas para o atendimento das necessidades.

Em geral, a escola inclusiva deve ter algumas atitudes importantes para acolher com qualidade todas as crianças:

  • Focar nas possibilidades e não nas limitações
  • Dar valor ao saber e ao engajamento da família
  • Unir forças para a inclusão com qualidade
  • Acreditar que todos podem aprender
  • Oferecer variedade de materiais e atividades
  • Apostar na potencia de linguagens e artes
  • Dar autonomia e valorizar os interesses dos alunos
  • Estudar sempre e buscar apoio.

A educação inclusiva não é favor, é um direito de todas as crianças, que deve ser respeitado e garantido por todas as instituições.

Por Maria D’Ajuda S. Santos