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Doença que levou Pelé a ser internado é um dos tumores malignos mais frequentes no Brasil

Doença que levou Pelé a ser internado é um dos tumores malignos mais frequentes no Brasil
O câncer de cólon, que levou o ex-jogador Pelé, de 82 anos, a ser internado é um dos três tumores malignos mais frequentes no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de cólon e reto responde por cerca de 10% de todos os casos da doença no País – a estimativa é que mais de 40 mil pessoas tenham sido diagnosticadas somente neste ano. Entre os homens, fica atrás apenas do câncer de próstata; entre as mulheres, atrás somente do câncer de mama feminina.

Em seu site, a instituição explica que “o câncer de intestino abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus” e “também é conhecido ainda como câncer de cólon e reto ou colorretal”. A doença é tratável e, na maior parte dos casos, curável se detectada em estágio inicial, antes de se alastrar para outros órgãos.

Segundo o Inca, a maioria dos casos não tem causa conhecida. A incidência, no entanto, é maior em quem tem excesso de gordura corporal; consome acima da quantidade recomendada carnes vermelhas (vaca, porco ou cordeiro) e carnes processadas (bacon, presunto, mortadela, salame, peito de peru, salsicha, linguiça); tem alimentação pobre em fibras; e é fumante ou consome bebida alcoólica.

Histórico pessoal ou familiar que aponte presença de pólipos (lesões benignas) e doenças inflamatórias intestinais também aumenta as chances do aparecimento desse tipo de tumor.

Pelé foi diagnosticado em setembro de 2021. Em fevereiro deste ano, ele foi internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para dar continuidade ao tratamento com quimioterapia. Na última terça (29), ele voltou à unidade.

Risco

O Inca informa que a maior parte casos de câncer de cólon e reto “se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso”.

Segundo a oncologista Renata D’Alpino, líder da especialidade de tumores gastrointestinais e neuroendócrinos do Grupo Oncoclínicas, esses pólipos que crescem na parede interna do órgão podem se tornar malignos quando não são identificados.

“Após os 50 anos de idade, a chance de apresentar pólipos aumenta, ficando entre 18% e 36%, o que representa um aumento no risco de tumores malignos decorrentes da condição a partir dessa fase da vida”, explica a médica ao g1.
Segundo ela, no entanto, os diagnósticos vêm crescendo também entre os mais jovens.

Sintomas

A presença de sangue nas fezes, a alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados) e dores ou desconfortos abdominais estão entre os sintomas listados pelo Inca.

Além disso, entre os sinais de alerta estão indicativos de fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração na forma das fezes (que passam a ser mais finas e compridas) e a formação de massas abdominais.

Diagnóstico

Segundo Renata, a principal forma de diagnóstico é através do rastreamento do exame de colonoscopia. O exame é feito a partir da inserção de um aparelho chamado colonoscópio, que conta com uma câmera na ponta, no intestino. A máquina faz imagens que revelam se há presença de possíveis alterações.

Há também exames de rastreamento, como o de sangue oculto de fezes, que podem ser feitos em pessoas que têm entre 50 e 75 anos de idade, mesmo que não apresentem sintomas.

Caso o câncer colorretal seja diagnosticado, o especialista irá avaliar o estádio do tumor e classificá-lo, indicando se há ou não o comprometimento de outros órgãos.

Segundo a médica, é preciso atenção e cuidado diante do aparecimento de sintomas, já que muitas vezes o tumor só é descoberto tardiamente, após o aparecimento de sinais mais severos, como anemia e fraqueza.

“Apesar do sangue nas fezes ser um indício inicial de que algo não vai bem na saúde, muitas pessoas costumam creditar essa ocorrência a outras causas convencionais, como hemorroidas, e acabam postergando a busca por aconselhamento médico e a realização de exames específicos. Isso faz com que muitas pessoas só descubram o câncer em estágios avançados”, diz Renata.