Desigualdade no Brasil recua em 2022 ao menor nível da série histórica
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o chamado índice de Gini do rendimento domiciliar per capita – que é um indicador de desigualdade – caiu de 0,544 em 2021 para 0,518 em 2022. Com aumento de valor do Auxílio Brasil e melhora do mercado de trabalho, a desigualdade de renda caiu no país e atingiu o menor nível da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua – Todos os rendimentos, que começou a ser realizada em 2012.
O índice varia de 0 a 1. Quanto mais perto de 1, maior é a desigualdade de um país. O resultado ficou também abaixo de 2019, antes da pandemia, quando era de 0,544. O indicador reflete o aumento do rendimento médio mensal real domiciliar per capita em quase todas as classes de rendimento: a única exceção foi no grupo dos 1% mais ricos (que teve recuo de 0,3%). O crescimento do rendimento se deu de forma mais intensa nas faixas mais pobres da população, reduzindo a desigualdade.
Na média brasileira, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita chegou a R$1.586 em 2022, com alta de quase 7% frente a 2021, quando havia registrado o menor valor (R$ 1.484) da série histórica. Com isso, a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita subiu 7,7% ante 2021, para R$ 339,6 bilhões.
Colaborou para essa expressiva marca o aumento do valor do Auxílio Brasil em 2022 (primeiro para R$ 400 e depois para R$ 600, no segundo semestre).
Os valores médios do Bolsa Família, que estava em vigor até 2021, eram bem mais baixos. E também a influência da melhora do mercado de trabalho, com aumento da ocupação – população ocupada cresceu 8,8% – e da massa de rendimentos do trabalho – de 6,6%, para R$ 253,1 bilhões por mês.