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Cristina Lacerda – Volto para expor minhas convicções e seguir no que acredito…

Não posso entender como ainda a inclusão de pessoas com deficiência no contexto escolar é tão incompreensível…
Portanto se você não sabe o que é inclusão, está na hora de aprender.

Com informações a bater à porta, os pais dos alunos com alguma deficiência chegam às escolas exigindo qualidade de atendimento por entender de direitos adquiridos.
Matricular na Rede Regular é um desses direitos. Hoje temos profissionais do chão da Escola com graduação e especializações específicas. Profissionais de grande conhecimento e aptidão para o aprender a aprender… Mas, diante de um número enorme de alunos matriculados, como esses profissionais podem atuar? Reconheço as dificuldades que ainda permeiam o contexto escolar e o entendimento sobre o processo evolutivo dessas crianças atípicas.
Matricular é o de menos. É lei. É constitucional. Entretanto prover esses alunos de cuidados específicos, também é lei. O Cuidador é um desses profissionais, para acompanhá-los em suas atividades de locomoção, higiene, alimentação, etc.etc.
Portanto, faz-se necessário um aparato maior para que de fato esses alunos consigam desenvolvimento cognitivo, despertem para suas habilidades e adquiram autonomia. Dessa forma contribuiremos para a sua inserção no mercado de trabalho e na vida social.
Já foi escrito por mim sobre o Centro de Atendimento Educacional Especializado de Eunápolis- CAEEDE e, quão importante esse órgão instituido por lei, é fundamental para esse público com alguma Deficiência, Transtornos Globais de Desenvolvimento, Altas Habilidades/Superdotação. Defendo a sua ampliação, a contratação de mais terapeutas específicos, porque acredito e vivo a causa. A inclusão dessas crianças na escola lhes darão condições de viver em sociedade, pois a Escola é a única instituição capaz de criar o convívio, a socialização e a dinamização das relações interpessoais. Lugar de criança é com outras crianças e de forma plural.
O CAEEDE serve de suporte para as crianças, as famílias e as escolas. Descartamos qualquer ideia de salas especiais, escolas especiais visto as deficiências juntas, não criam independência. Aprendemos com o outro. No convívio com o outro.

Acredito que todos juntos: governo, escola e família, as dificuldades que persistem no processo, se transformarão em possibilidades.
Ouço choros, prantos de minhas parceiras mães. Sinto as angústias das Diretoras e Coordenadoras. O olhar suplicante de Professores, com 25, 30 alunos em uma sala de aula e sem nenhum suporte para atender até 05 alunos autistas no mesmo ambiente…
Sei que sozinhos não conseguiremos atender a demanda. Sozinhos não temos como fazer inclusão. E quem não sabe o que é incluir, precisa aprender.
Portanto, enquanto não temos ainda esse suporte, estamos no aguardo das soluções para os problemas existentes, usemos da “Pedagogia do Afeto”…
Vamos priorizar os valores humanos e mostrar a “importância da escola nos processos psicológicos dos (desses) indivíduos, que muitas vezes não são considerados pela maioria das reformas escolares que parecem ignorar a importância do afeto”.