Cristina Lacerda – Adoro um texto chamado “Política e politicalha” de Rui Barbosa.

Com base nesse texto venho expressar o que de mais tenho vivido e visto durante alguns anos de minha vida em todas os três níveis de governo: federal, estadual e municipal. A politicalha permeia de forma cruel os setores dos primeiros, segundos e terceiros escalões das gestões públicas. É preciso ser forte, acreditar no que defende, insistir para sobreviver a corrente de maldades, invejas, intrigas. Não sei decifrar de outra forma a palavra politicalha, a não ser com sentimento de repulsa, indignação. Segundo Rui Barbosa, “a politicalha é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis “. Mais a frente ele ressalta que “a politicalha é a malária dos povos de moralidade estragada”.
Não consigo compreender o porquê de tanta sede de poder, status, de vangloriar-se do outro, sobrepor ao outro como “autoridade”. Não consigo entender como não se respeita a história, a caminhada do outro. A politicalha maltrata, afasta o gestor do povo, seu eleitor, pois quem a prática não se assume, não fala em seu nome. Esconde-se em nome do seu gestor.
Bem, como falei do texto de Rui Barbosa como inspiração para ter base meu desabafo, ressalto que o melhor caminho será a política. Essa sim, é o que precisamos desenvolver em nós. E ele, Rui Barbosa, tão sabiamente descreve assim o que é política: “A política afina o espírito humano, educa os povos no conhecimento de si mesmos, desenvolve nos indivíduos atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia, cria, apura, eleva o merecimento”.
E fica aqui mais uma lição, mais um aprendizado. Fragilizar uma pessoa, impor ordens fora do contexto de suas funções é assédio moral, e, portanto, cabe no conceito de politicalha. Sendo assim, sejamos políticos! Façamos política!
Apuremos nosso espírito humano! Criemos em nós a nobreza e apenas assim, contribuiremos para uma gestão com sucesso.