Com o dobro de vitamina C que a laranja, a couve ganha status de “superalimento”; saiba como tirar o amargor
A couve é a nova “estrela” entre as hortaliças de folhas verdes, um alimento que nos últimos anos conquistou o paladar de ilustres convidados ao redor do mundo. Seu impacto foi tamanho que hoje está presente nas cozinhas de restaurantes renomados e é o ingrediente preferido de gourmets, atletas e celebridades. Embora esteja na moda, os especialistas recomendam a verdura pelas inúmeras propriedades que oferece ao organismo, como a prevenção do envelhecimento celular e o desenvolvimento de doenças crônicas, bem como a sua baixa ingestão calórica.
“A couve é uma hortaliça que vem de uma planta chamada Brassica oleracea e faz parte da família das crucíferas, assim como o brócolis, o repolho e a couve-flor”, explica Gabriel Crincoli, nutricionista e membro da equipe de cirurgia bariátrica e metabólica do Hospital Fundação Favaloro.
De acordo com o nutricionista, esses vegetais têm alto teor de vitaminas, que atuam como antioxidantes e anti-inflamatórios, e minerais, responsáveis por manter em equilíbrio as funções vitais do organismo.
Para a nutricionista Lucila Rosso, trata-se de um “superalimento”, nobre e ideal para pessoas “que buscam emagrecer por conter pouquíssimas calorias e para quem precisa reduzir o colesterol, fortalecer o sistema imunológico e regular o metabolismo.”
Benefícios para a saúde
A couve é um dos vegetais mais completos devido à quantidade de nutrientes que contém. Crincoli a descreve como aquela cuja composição nutricional é muito saudável.
“Sua ingestão calórica é baixa, a cada 100 gramas, tem 35 quilocalorias. Uma maçã com a mesma proporção, por exemplo, tem 52 quilocalorias, enquanto uma banana tem 90. Também tem 4,4 gramas de carboidratos. Essa combinação é ideal e funciona como uma aliada para o cuidado com o peso corporal, detalha o especialista.”
As proteínas vegetais também se juntam à lista com 2,9 gramas, as gorduras saudáveis, com 1,5 gramas, e as fibras, com 4,1 gramas.
“Graças ao seu alto teor de fibras, este alimento é altamente saciante, estimula a função do trânsito intestinal e regula o desenvolvimento e a vitalidade da microbiota, um grupo de micro-organismos alojados no cólon responsáveis pelas funções do organismo e por mantê-lo em equilíbrio”, explica Crincoli.
Ele acrescenta também que outra vantagem da verdura é que ela nivela o colesterol ruim (LDL) no sangue e, assim, protege o sistema cardiovascular.
A presença de diversos micronutrientes também classifica a couve como um vegetal “estrela”. É fonte de vitamina K, importante para regular a coagulação do sangue, prevenir a calcificação das artérias e o aumento da glicose, além de ajudar a fixar proteínas para a construção de ossos e tecidos.
“O surpreendente é que 100 gramas de couve contém 600% da necessidade diária de vitamina K”, revela Crincoli.
A vitamina C também faz parte deste vegetal e, neste caso, cada 100 gramas contém 200% da necessidade diária. Segundo Rosso, esse valor é o dobro de uma laranja. “A vitamina C serve para combater os radicais livres, que são compostos tóxicos que se acumulam no organismo e que, em quantidade, podem gerar tumores e causar doenças como o câncer”, explica a nutricionista.
Nesse sentido, outros benefícios da Vitamina C são a melhora da absorção de ferro e o estímulo do sistema imunológico.
A couve também contém vitamina A, necessária para manter a visão saudável, o funcionamento do coração e dos pulmões e melhorar a saúde da pele. Cem gramas de couve contém 40% da necessidade diária, diz Crincoli.
Em relação aos minerais, destaca-se a presença do cálcio, que fornece 35% da necessidade diária. “Cem gramas de couve fornecem três vezes mais cálcio do que 100 ml de leite. Esse nutriente fortalece e mantém os ossos e dentes saudáveis, além de colaborar na contração muscular e na circulação do sangue nos vasos sanguíneos”, afirma Crincoli.
A couve também contém ferro, cuja curiosidade, aponta o nutricionista, é que 100 gramas do alimento contêm 1,6 miligramas do componente. Uma proporção que se assemelha à da carne, que contém 2,1 miligramas. O ferro transporta e armazena oxigênio no corpo, além de participar da constituição da hemoglobina, que são as células vermelhas do sangue. O potássio é outro de seus componentes.
Por fim, o manganês também está presente na couve, que é responsável por produzir energia, proteger as células e, junto com o cálcio, atua no fortalecimento dos ossos, na coagulação sanguínea e no sistema imunológico. Além disso, o magnésio regula e equilibra o bom funcionamento do sistema nervoso e colabora na formação de proteínas.
Quanto à maneira de consumi-la, o nutricionista recomenda cortar bem as folhas e lavá-las com água morna para retirar as impurezas e vestígios de sujeira que possam ter. Além disso, diz que por terem um sabor levemente amargo, quem quiser “pode massagear suavemente as folhas, sem quebrá-las, para retirar aquela intensidade”.