Avião que caiu no interior de São Paulo despencou quase 4 mil metros em 1 minuto
A aeronave com 61 pessoas a bordo que caiu em Vinhedo (SP) nesta sexta-feira (9) fez uma curva brusca nos momentos finais do voo e caiu aproximadamente 4 mil metros em cerca de 1 minuto, de acordo com informações da plataforma de monitoramento de aeronaves Flightradar.
O avião, que pertence à companhia Voepass, saiu de Cascavel (PR) às 11h56 e deveria pousar no Aeroporto de Guarulhos (SP) às 13h50. Segundo a plataforma, o avião subiu até atingir 5 mil metros de altitude às 12h23, e seguiu nessa altura até as 13h21, quando começou a perder altitude.
Nesse momento, a aeronave fez uma curva busca. Às 13h22 – um minuto depois do horário do último registro – a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros.
Este é o acidente aéreo com o maior número de vítimas em solo brasileiro desde 17 de julho de 2007, quando uma tragédia com aeronave da TAM deixou 199 mortos.
Recuperação judicial
A empresa, que antes chamava se Passaredo, tem sede em Ribeirão Preto (SP) e atua em 40 cidades, segundo informações de seu site. Ainda de acordo com a aérea, ela opera 60 voos diários e transporta 70 mil passageiros por mês.
Em junho deste ano, a Voepass detinha 0,5% do mercado brasileiro de transporte aéreo, ficando atrás da Latam (39,6%), da Azul (31%) e da Gol (28,8%). No fim do ano passado, a companha tinha 859 funcionários, sendo 131 pilotos e tripulantes, e dez aviões fabricados pela francesa ATR.
Em número de voos domésticos, a Voepass havia sido, em 2023, a empresa a registrar o maior crescimento, com 22%. Latam, Gol e Azul ficaram na sequência, com 13%, 10% e 3%, respectivamente. Em 2019 (último dado disponibilizado pela Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac), a companhia teve prejuízo de R$ 27 milhões. No mesmo ano, o caixa estava negativo em R$ 30 milhões.
O dono da companhia é o comandante José Luiz Felício Filho, filho do fundador da Passaredo (José Luiz Felício, que morreu no ano passado). Felício fundou a Viação Passaredo em 1978 e, quase duas décadas depois, em 1995, criou a empresa aérea. Ele presidiu a companhia até 2002, quando passou o controle para o filho.
A história recente da aérea é de idas e vindas entre negociações empresariais. A Passaredo entrou em 2012 com processo de recuperação judicial na tentativa de sanar uma dívida estimada em R$ 150 milhões. Em 2017, chegou a negociar a transferência do controle de seu capital para o Grupo Itapemirim, de transporte rodoviário, que também enfrentou recuperação judicial. A venda, no entanto, foi cancelada no mesmo ano.