Empoderamento? O impacto da mulher na sociedade
O dia a dia da mulher se transforma em um período de reflexão. Porém, no fundo, cada mulher impacta a sociedade todos os dias, quando realmente se decide a viver sua vocação ontológica em plenitude. Hoje, para oferecer o devido espaço e dar voz a mulher, utiliza-se frequentemente a palavra empoderamento. Porém, será que é a sociedade que dá poder a mulher ou ela já traz consigo esse poder? Vejamos.
Em primeiro lugar, a mulher é capaz de gerar uma vida racional e imortal em si mesma; sustentá-la desde o primeiro momento; dar a luz e alimentá-la com seus próprios meios… Só isso já a leva a um lugar de destaque no mundo. Afinal, este não iria para a frente sem essa capacidade. Por outro lado, filosoficamente, pode se afirmar que a maternidade não é para a mulher apenas um destino biológico, mas antropológico. Ela tem a vocação de despertar a generosidade social.
Cada um de nós pode evocar exemplos muito próximos de alta capacidade de doação, seja no âmbito familiar ou profissional, quando a sociedade não estimula o contrário, mutilando seu coração por instigação da vaidade nociva e do egoísmo, com fins utilitaristas.
De fato, a mulher conta com um dom a ser voluntariamente desenvolvido, de sensibilidade ativa e compreensiva; de conjugação de visão micro-macro; de perseverança no trabalho; de detalhes; de serviço. Porém, cabe a ela render esse tesouro, e, à sociedade, acolhê-lo. Nesse sentido, é preciso resgatar o “desandado” histórico quer seja por subjugá-la, retificá-la ou enganá-la, através de uma falsa ideia de liberdade e igualdade. A mulher é, por natureza, multifacetada e sua contribuição pode ser intensamente abrangente. Basta não reduzi-la a um corpo e dar as condições para que potencialize sua cabec a e seu coracao.
Tenho trabalhado há anos por essa projeção, de forma compositiva, para que a mulher possa desempenhar seu papel insubstituível no próprio lar e fazer toda a diferença social, a partir de sua contribuição única. Para tal, é necessário um esforço cultural de formação, desde a exortação da beleza da feminilidade à promoção do respeito, bem como de uma saudável complementaridade no âmbito laboral, que é mais do que uma riqueza.
Volto ao título do breve artigo para que reflitamos, em primeiro lugar, nós, mulheres, sobre a expansão de nossa força interior como missão para engrandecer a sociedade, em qualquer tarefa que desempenhemos, com nossa admirável capacidade de amar. Por outro lado, é também uma ocasião para se ponderar sobre o que se promove como “proteção” eleitoreira da mulher, quotas etc., de forma que consigamos oferecer condições reais para que a mulher possa efetivamente ser mãe, esposa, profissional e causar plenamente todo impacto social desde sua vocação naturalmente qualificada. Vamos juntos!
Por Angela Vidal Gandra da Silva Martins
Angela Vidal Gandra da Silva Martins, professora de Filosofia do Direito da Universidade Mackenzie, é sócia da Gandra Martins Law, gerente Jurídica da Faesp, presidente do Instituto Ives Gandra de Direito, Filosofia e Economia e ex-secretária nacional da Família do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.